3 de maio de 2019

Sobre o prazer das descobertas em jogos.

Ultimamente eu estou jogando Sekiro: Shadows Die Twice. Um jogo muito bom, por sinal. E eu tomei uma atitude em relação a esse jogo de não ver nada a respeito dele, não ler ou ver reviews, não assistir game plays, ou seja, jogar o jogo às cegas. O que certamente significa muitas e muitas mortes.

E foi algo interessante, porque ao sofrer pra avançar em uma área, morrer várias vezes em mini chefes, até chegar em um determinado chefe da área, morrer várias vezes até entender o padrão, pra quando derrotar, descobrir, depois de tanto sofrer, que ainda tinha mais uma forma dele a enfrentar. Foi uma surpresa. Uma surpresa ruim, mas de certa não deixou de ser uma surpresa.
Mas espera, aqui não é um lugar dedicado aos jogos clássicos? 
Calma aí, eu explico.
Hoje em dia é incrível o esforço que você precisa fazer pra conseguir não obter uma informação, principalmente a respeito de jogos. Pois, nesse caso, sempre que sai um jogo novo, e se você acompanha o YouTube, vê por todos os lados gameplays, reviews, e as vezes até os títulos dos vídeos entregam algumas coisas.
Antigamente, nós tínhamos que fazer algum esforço pra procurar alguma revista que falasse do jogo que estávamos jogando pra conseguir alguma dica de como fazer algo. Devido a essa dificuldade era mais fácil jogar na raça e tentar passar sozinho. E quando conseguíamos terminar o jogo, era uma sensação muito boa.
Quando eu joguei The Legend of Zelda: A Link to the Past, do SNES, pela primeira vez, eu ficava andando por todo mapa pra tentar descobrir as coisas. Eu não sabia quase nada de inglês, então as descobertas tinham que ser basicamente através da pura exploração. Lembro que me perdia diversas vezes no mapa, e as vezes até ia nos lugares certos, mas ao chegar no local, muitas vezes eu ficava parado sem saber o que fazer.
Quando fui para o dark world pela primeira vez na forma de coelho, andei tanto na montanha rodando nos mesmos lugares sem saída até depois descobrir a forma de entrar na Tower of Hera, na montanha, para achar a Moon Pearl e assim poder andar na forma humana no Dark World.
Hey! Você foi transformado em um coelho...
Mas a sensação da descoberta, de conquistar um novo poder, achar itens pra acessar novas áreas, toda essas coisas davam uma sensação deveras agradável. E até quando morria para um chefão, depois de tentar várias formas diferentes de mata-lo e depois achava o jeito certo e, enfim, conseguia derrotá-lo, era um alívio, uma emoção e uma vontade de xingá-lo pra mostrar quem era o bom aqui (mas essa vontade eu tinha que reprimir, já que não podia xingar nem em casa nem na casa dos amigos, se não o chinelo de nossas mães voariam e elas desligariam o vídeo game. Total pressão e auto controle XD).
Outro exemplo foi em Supe Mario World, e ver que nesse jogo a dificuldade aumentava gradativamente. Jogando com meus amigos, conseguimos acessar as fases especiais. Mas chegando lá... que inferno. Que inferno! Sinceramente, a gente não entendia como alguém poderia pensar em criar fases tão miseráveis quanto aquelas. As vezes ficávamos um dia inteiro tentando passar de uma fase e não conseguíamos avançar tanto. Quem nunca passou raiva na fase Tubalar que atire a primeira pedra. Essa fase dava um ódio!
Mas na última fase, quando chegamos no final e fomos correndo com a frase YOU ARE A SUPER PLAYER escrito em moedas, aquilo mexeu com a gente (nessa época eu sabia um pouco de verbo to be e traduzi para meus amigos, que não sabiam. O que me deu uma sensação maior de satisfação).
Não quero aqui ditar regras ou dizer como alguém deve ou não jogar vídeo game, porque no fim, vídeo game deve ser sempre um meio pra se divertir (mesmo que você goste de se divertir passando raiva). Mas se você é daqueles que jogam com um olho no monitor/TV e o outro no YouTube no celular, experimente um dia fechar um jogo sem ajuda de detonado. Talvez demore bastante, talvez até seus amigos e conhecidos terminem o jogo antes de você. Mas eu garanto que a sensação de vitória será muito mais saborosa. Mas seja como for, divirta-se sempre. Até a próxima.

2 comentários:

  1. Rapaz, realmenmte...hj em dia é difícil "não ver" alguma coisa, seja sobre jogos, filmes ou séries. Eu tive (após anos) essa sensação de descoberta e surpresas recentemente ao comprar meu ps4 e jogar Bloodborne e em seguida Dark Souls 2. Cada beco era uma surpresa, cada item encontrado era uma descoberta, cada área nova uma exploração e cada boss um sofrimento. Essa sensação de superar o desafio e terminar uma fase ou vencer um chefe é recompensadora. Lembro dessa sensação quando zerava jogos da série Contra, Donkey Kong e outros. Me sentia o piloto de revista ao zerar um jogo difícil. Hoje em dia não podemos dar uma pesquisada no you tube que já somos rodeados de vídeos relacionados e/ou com conteúdo semelhante. Quando jogava Bloodborne eu costumava ver detonados após terminar alguma área e ver o que deixei pra trás (nunca via antes e nem sobre os chefes vindouros).Eu tinha que fazer um esforço pra não olhar pra thumb dos demais vídeos na tela e acabar tomando um spoiler. A graça dos jogos, séries e filmes é justamente o fator surpresa, o choque ao ver certa cena. Todos nós ficamos boquiabertos ao ver a Aeris morrer , não?
    Por um mundo com menos spoilers e mais surpresas!

    Mario

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    1. Queria um mundo assim também, Mario. Rsrsrs. Mas hoje em dia é complicado. Ainda mais com os famosos click baits que atiçam nossa curiosidade. Mas vamos sempre tentando nos divertir nos desviando dos spoilers, rs.
      E mil desculpas pelo grande atraso em responder. Eu escrevi pouca coisa aqui pro blog e estou me acostumando aos poucos com isso. Em breve estarei postando outras coisas. Espero te ver por aqui. Grande abraço

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